A escolha de 2011 para ser o Ano Internacional da Química tem um motivo: Marie Sklodowska Curie. O período marca os 100 anos de aniversário do Prêmio Nobel que foi entregue a essa cientista por suas descobertas.
A polonesa naturalizada francesa se destacou em uma época em que a mulher não tinha voz na sociedade. Com a ajuda do marido, o físico Pierre Curie, fez estudos pioneiros sobre a radioatividade e desenvolveu um método para medir esse fenômeno, descoberto pelo físico francês Henri Becquerel em 1896. Além disso, descobriu dois novos elementos químicos — o rádio e o polônio — e desenvolveu um método que tornou possível isolar o rádio. Aliás, foi ela quem inventou os termos radioativo e radioatividade. A descoberta é de Becquerel, mas ela só passou a ser compreendida graças às pesquisas de Marie Curie e seu marido.
Durante seus anos de estudos, a cientista precisou ser insistente quando o trabalho parecia não avançar. É que o esforço físico exigido naquela época para se fazer pesquisas era enorme. Em vez de utilizar os tubos de ensaio pequenos que nós conhecemos hoje, os cientistas precisavam manipular baldes e caldeirões com cerca de 20 kg de material, transportando os recipientes de um lado para o outro e fervendo os líquidos com enormes quantidades de substâncias que tinham odores bem desagradáveis.
Por tudo o que estudou, Marie Curie ganhou dois prêmios Nobel: um de Física, em 1903, e outro de Química, em 1911, sendo especialmente este último o lembrado no Ano Internacional da Química.
Marie Curie fez doutorado em Ciências. Durante a Primeira Guerra Mundial, dedicou-se a pesquisar as aplicações médicas do raio-X. Foi assediada por físicos e produtores de cosméticos e visitou o Brasil atraída pela fama das águas radioativas de Lindoia (SP), conhecidas pelo seu poder terapêutico. Fundou o Instituto do Rádio, em Paris, e em 1922 tornou-se membro da Academia de Medicina.
Depois de muitos problemas de saúde, devido à excessiva exposição à radiação em seu trabalho, Marie Sklodowska Curie acabou morrendo na França, em 1934.